(1) Já disse, e estou profundamente convencido de que, qualquer lei que não limite, embora com critérios distintos, os mandatos de todos e não apenas os dos presidentes de órgãos com poderes executivos, e, em simultâneo, não introduza mecanismos para correcção gradual das regras de atribuição de pensões de reforma a detentores desses cargos, não resolve nada do que entendo fundamental nesta área: - renovação e recuperação de credibilidade.
Penso mesmo que, com a aprovação desta proposta do governo, se abre o caminho a habilidades locais que não é difícil imaginar, e que irão possibilitar a eternização de mandatos dos mesmos caciques que esta proposta pretende combater. E, o que é grave, tais habilidades colherão facilmente o apoio das populações.
(2) O que transcrevi no “post” anterior é do PSD, então PPD, mas poderia ser de qualquer um dos partidos políticos de então. Com aquele “inocente” jogo pretendi demonstrar
(a) Que o discurso político de então nada tem a ver com a de hoje, e daí um imenso rol de ilações que não cabem aqui.
(b) Que há coisas que, por mais que nos esforcemos, não conseguimos alterar.
(c) Que éramos, então, muito mais honestos do que hoje.
5 comentários:
Continuemos a "errar" então!?...
Essa história das leis, é quase uma teima da humanidade para favorecer quem as faz. Umas vezes serve bem; Outras vezes está insuficiente à "dita medida de então"!Em que ficamos?!
Esta reflexão sobre a limitação dos mandatos parece-me legítima e importante. De facto, a ser assim, não faltarão pequenos caciques locais a abusar ainda mais dos podres poderes.
Quanto à segunda parte do post, eu nem arrisquei um partido, não fazia a mínima ideia de qual seria mas, de facto, parece, a julgar pelo exemplo, que havia mais honestidade. Um abraço.
Frequentemente procura-se usar a forma legal para corrigir coisas que lhe escapam. E isto do caciquismo autárquico que assola o nosso país (fenómenos Isaltino e Loureiro, por exemplo) tem as suas raízes não na lei que o permite, mas na falta de cultura cívica e cultural geral dos eleitores.
É aí que reside o verdadeiro problema.
De outro modo estes políticos "dos frígoricos" não conseguiriam ganhar uma só eleiçao...
A teoria da conspiração é uma tentação a que procuro resistir. ...A manipulação, meticulosa e descarada, a propaganda sofisticadamente dissimulada, a lei elaborada à medida da vontade e capricho de quem tem o poder de a encomendar... a feitura e destribuição da opinião para as massas, que não têm tempo, nem cabeça, nem vontade, para a elaborar... perante tal maquiavelismo, sinto-me tão impotente, que procuro resistir a acreditar nessa realidade. Recusar a hipótese, de que o destino da humanidade, está na mão de quem tem o dinheiro suficiente, para depôr e eleger políticos convenientes, através de campanhas bem orquestradas e que, para além de tudo e mal de todos, essas pessoas são loucas. Peço, a mim mesmo um esforço, para acreditar, que a insanidade de um Hitler e de uma boa parte de um povo (que foi o Alemão, mas podia ter sido quaquer outro), foi uma excepção que serviu de lição e que cada um de nós está atento, cioso da importância do seu papel, nos pequenos gestos de todos os dias... quero acreditar, que o futebol é um desporto e que, mais do que um instrumento de alienação, é bonito e que isso do apito, é um episódio apenas... que as telenovelas, ao invés de anestesiarem podem servir para descontrair... que a avalanche de filmes Americanos e seus temas aparentemente ingénuos e mundanos, não estão, constantemente no ar para fazer a cabeça do homem comum... o tal, espartilhado entre o que é, e o que sabe que tem que aparentar ser, sob pena de ser esmagado.
Esta minha luta, não está nada fácil! É que, por outro lado, a recusar esta teoria, começo a ver em cada um de nós, pequenos despotas reprimidos, hipócritas consolados com o que conseguimos sacar a quem quer que seja, potenciais Valentões, Santanases e Barrões!...
Subscrevo por inteiro o seu texto sobrea limitação dos mandatos.
Errei, ao dizer que era do CDS. A política era feita com homens de outra dimensão nos idos de Setenta.
Um abraço
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