quinta-feira, junho 23, 2005

Desabafos


Andam por aí alguns políticos muito preocupados com a possibilidade de a Assembleia poder vir a perder qualidade com a adopção destas medidas de eliminação dos privilégios das subvenções vitalícias e subsídios de reintegração.

Mas ainda não repararam, Vossas Excelências, que é exactamente pelo desprestígio que tais imoralidades trouxeram à vida política que os melhores de vós se têm vindo a afastar?

Têm, Vossas Excelências, dúvidas de que foi o conhecimento público da vossa aprovação dessas vossas benesses, a primeira grande acha na fogueira da vossa descridibilização junto do povo que precisa de trabalhar 40 anos para receber uma pensão de côdea ?

Pois é. Há atributos que se não podem alienar!


6 comentários:

Mário Almeida disse...

a assembleia devia ser reduzida para 1/4, mas manter-se o seu orçamento.
dessa forma, livrava-se dos 3/4 que não fazem nada e pagava muito melhor ao 1/4 que realmente merece.

Ricardo disse...

Viva,

Este problema é complexo e tem vindo a ser tratado sem seriedade. Estou de acordo que as regalias, benesses, estatutos especiais e outros direitos que todas as classes profissionais têm em troca de aumentos salariais, devem acabar. Porque depois cria-se uma gigantesca bola de neve de custos...

É preciso é ter cuidado é em criticar quem os recebe porque os recebe porque alguém não teve coragem de remunerá-los em conformidade com os cargos que desmpenham...

Abraço,

Anónimo disse...

Pois, eu cá sou a favor de regalias... Acho que a qualidade da assembleia tem-se vindo a perder porque é mais rentável ser-se um bom profissional cá fora! Desculpem-me os políticos, mas na hora de optar pelo futuro, um profissional realmente competente e confiante das suas qualidades quer ser tudo menos político!

musqueteira disse...

Viva Pindérico,
Deviam de ser realizados testes de aferição para os cargos Parlamentares... O mecanismo do Polvo de braços atados na operância...está a dar nas vistas!

armando s. sousa disse...

Durante anos os deputados da AR foram fazendo leis em benefício de causa própria, algum dia a sociedade civil teria de acordar e pressionar os compinchas do Governo, para acabar com este estatuto de excepção. Peca é por tardio.

Nómada disse...

Considero que as regalias são formas dissimuladas de aumentar a renumeração, escondendo a verdadeira extensão da retribuição. A informação a que a maioria das pessoas tem acesso é sobre o salário mensal. Além disso, é a forma mais fácil de comparação uma vez que muitas das vezes é a única que se pode comparar directamente. Ficamos assim a pensar que os nossos políticos se dedicam à causa comum num elevado espírito de entrega, mesmo auferindo de salários inferiores daquilo que conseguiriam no sector privado. Talvez sejamos enganados.

No entanto não posso deixar de repitir o que referi Abenegado. Acho que os cargos públicos deverão ser preenchidos pelos quadros mais qualifidados e adequados para cada uma das funções. Ao fim ao cabo, é a mesma preocupação que terá qualquer quadro dirigente de uma empresa privada. Certamente que quero o mesmo para quem vai administrar a coisa pública, que é de todos, e por conseguinte também minha.

Tendo estas duas preocupações como ponto de partida, acredito que todo este burburinho à volta do que ganham os detentores de cargos públicos, se justificará por ser uma situação envolta em alguma falta de transparência e desigualdade entre cargos públicos. Transparência, e harmonização será necessário. Além disso, também será necessário reajustar as condições oferecidas para cativar quem esteja disposto a ocupar tais lugares, para que o Estado esteja provido dos profissionais mais adequados.