quinta-feira, janeiro 27, 2005

Dos programas



"Não sei se diga...não sei se cale...não sei se pense".
Confesso que não tenho a certeza se era mesmo esta a expressão que mais furor fez nas noites televisivas deste jardim, mas serve perfeitamente neste contexto, porque não sei mesmo como abordar o tema dos programas, compromissos, manifestos ou o que lhes queiram chamar, com que nos brindaram os dois principais partidos políticos portugueses.
Na política, como na vida, só a força das convicções profundas estimula o sonho e dinamiza as vontades! Dos políticos é de esperar que ponderem bem o que devem dizer ao eleitorado por forma a que fique bem claro quais são as opções que, convictamente, fazem!
Ninguém lhes pede, ninguém lhes agradece, ninguém lhes tolera, que sondem as nossas esperanças à procura das palavras que melhor nos tocam.
Apetece-me dizer "desisto" e sugerir a quantos, como eu, estão honestamente preocupados com o rumo que as coisas levam, que não desesperem nem se empenhem muito neste processo, porque ele está já irremediavelmente condenado ao fracasso.
Mas não o farei ainda.
A hora é mesmo de aprofundamento de ideias e debate sereno do que deverá ser o próximo sufrágio de vontades, quando o competente organismo comunitário vier, ao abrigo de uma qualquer cláusula, exigir de nós o fim da libertinagem.
Por agora, só me ocorre desejar a maioria absoluta ao senhor engenheiro José Sócrates para que ele seja confrontado com as suas limitações e tenha que vasculhar o grande saco de palavras que é o seu programa, à procura das ideias que muito provavelmente lá estão mas que ele não soube referenciar.


1 comentário:

Afonso Henriques disse...

A solução, caro Comandante,não tem que estar O-B-R-I-G-A-T-Ó-R-I-A-M-E-N-T-E em Sócrates.
É um facto histórico que, quando há uma crise económica, é à direita que compete encontrar a solução.
É da direita que se esperam medidas impopulares mas eficientes. Só depois a esquerda terá ânimo (os problemas estão resolvidos, ufa) e motivos (a direita é má e não gosta do povo) para se apresentar ao eleitorado e ganhar eleições. E assim será. Ad eternum.