sexta-feira, outubro 28, 2005

Publicidade enganosa


Quem não deseja uma sociedade mais justa e solidária?
Quem não espera ver reforçada a coesão social?
Quem não reivindica mais qualidade para a nossa democracia?
Quem não ambiciona por melhor e mais pronta justiça, mais e melhor saúde, melhor educação?
Quem não sonha com a aproximação de Portugal aos níveis de desenvolvimento da União Europeia?
Quem rejeita a necessidade de maior qualificação dos nossos recursos humanos?
Quem não gostaria de ver o País culturalmente mais desenvolvido?
Quem não espera uma melhor organização do território e uma aposta séria na qualidade ambiental?
Quem não gostaria de ver Portugal reconhecido na cena internacional como um protagonista mais activo e credível?

Pois é!
Estas são as ambições de Cavaco Silva, como são as minhas e, desde há muito tempo, as de quase toda a gente!
Só que Cavaco Silva veio agora enumerá-las com pompa e circunstância como se tivesse finalmente descoberto princípios e valores que são, afinal, universais!

Que pretende Cavaco Silva, quando ele mesmo acrescenta que não se trata de “promessas de realização de medidas ou linhas de acção executiva, porque ao Presidente da República não cabe legislar ou governar” ?

Não estaremos perante um caso de publicidade enganosa?

4 comentários:

Rui Martins disse...

Acho que é mais um caso freudiano, em que a negação é de facto uma afirmação... É como quando numa sala de aula o professor pergunta: "quem pôs pastilha elástica na minha cadeira" e o menino C. diz em voz alta e erguendo o dedo: "Não fui eu, senhora professora!".

AJB - martelo disse...

quer-me parecer que são considerações ilícitas...

Biranta disse...

A prova de publicidade enganosa não provém apenas desse facto. Cavaco Silva, quando esteve no governo, devia ter aproveitado o "crescimento" económico, conseguido à custa dos subsídios da UE, das estradas, expo, etc., para fomentar o crescimento, sustentado da economia, organizando e melhorando as condições de funcionamento de todos os sectores de actividade. Essa também teria sido a melhor altura, estratégica, para suprimir os entraves, provenientes do estado e da corrupção, às actividades económicas. O que aconteceu foi que se deixou medrar a corrupção, o caciquismo, o compadrio, a criminalidade, que fizeram com qiue uma parte dos subsídios tivessem apropriação particular. Já nessa altura era óbvio que se acaminhava para a situação que agora vivemos e muita gente o disse (até eu...).
Agora, Cavaco o que quer é tacho, sem esforço, porque acha que não necessita fazê-lo. Nunca vou entender a forma de pensar de gente assim, que acha que o país pode custear, tão caro, um cargo ínútil que, por isso, se torna prejudicial. Se o Presidente não serve par nada, não tem de resolver problemas (nem cumprir as suas funções de garantir o funcionamento das instituições, o que já seria excelente) acabe-se com essa despesa inútil. Cambada!

NUNO FERREIRA disse...

O Cavaco é um bluff, escondeu-se da política durante dez anos e agora quer que a gente esqueça o cavaquismo, as falsas promessas de um Portugal Europeu...