sexta-feira, julho 01, 2005

À nossa maneira


Foi o fim do mundo quando se soube! Mira Amaral ... a Caixa Geral de Depósitos ... Muito surpreendido, o Dr. Bagão Félix veio assegurar às gentes, indignadas, que ia pôr cobro a esse tipo de situações. Depois, bem à nossa maneira, a onda passou. Tudo ficou na mesma, mas ninguém reparou!

Aqui d’El-Rei que está o mundo às avessas! Então como é que pode ser?! Campos e Cunha com uma pensão milionária e a acumular com o ordenado de ministro...Cai o Carmo e ameaça ruir a Trindade com tamanha pouca-vergonha!!!
(E já agora, que a coisa está de maré, vem à baila o Mário Lino que até parece igualzinho e faz um certo jeito para lançar à fogueira!)
O governo balança. (Não sei se os ministros agredidos não terão pensado muito a sério em mandar isto tudo às urtigas; eu teria!) Alguém mais brilhante tira da cartola a inqualificável solução 1+1/3 e com a mesma naturalidade de sempre a onda vai-se esbatendo. Depois... bem à nossa maneira, a calma regressa ao areal.

Só que desta vez há mais gente ferida na asa e as águas vão, por isso, sendo agitadas com protestos – não muito acalorados não vá a coisa chegar-lhes à porta – que prometem durar enquanto for preciso! E o governo lá vai dizendo que lá chegará, “é só mais um bocadinho”.

Mas vai ter mesmo que chegar, que a imoralidade é imensa! E vai ter que ser que a transparência o vai impor... e não vai ser só à Caixa, nem apenas ao Banco, mas a todas as coutadas onde se abrigam padrinhos e afilhados que gostam deste “habitat” e dele já não abdicam.

Só resta esperar que, desta vez, um qualquer incidente no elenco governativo nos não mate a sede de justiça e, com toda a naturalidade, bem à nossa maneira, deixemos cair esta nova bandeira.


5 comentários:

Pedro F. Ferreira disse...

É o Carnaval permanente. Este país não tem vergonha, não tem memória, não tem ponta por onde se lhe pegue.
Abraço.

armando s. sousa disse...

Vamos aguardar para ver onde vai chegar esta tentativa de transparência. Desconfio que não vai sair nada brilhante.
Um abraço.

Anónimo disse...

Todos estes "golpes" e acumulações resultam sobretudo de uma grave hipocrosia do nosso sistema político: como há o receio de aumentar significativamente os ordenados dos políticos, "inventam-se" acumulações, pensões, tachos em administrações, etc.

Toda esta falsidade devia terminar. Os ordenados dos políticos deviam mudar para valores razoáveis e competitivos que atraíssem os melhores e não a escumalha que tomou conta dos quadros do PS e do PSD.

E nós, os portugueses, devíamos para r de nos escandalizar tanto com os "salários dos políticos" e preocuparmo-nos mais com o seu desempenho, com os "truques" de acumulações e com a corrupção (que grassa e se multiplica silenciosamente na nossa classe política).

isabel mendes ferreira disse...

mas nós estamos em Portugal não é?então,,,,talvez daqui a vinte anos isto seja diferente, até lá é só samba com fado...coisas...abraço.

Biranta disse...

Oh amigo Pindérico,
Ninguém deixou cair bandeira nenhuma (pelo menos eu não a vi no chão). Lá porque os OCS (media) não falam nesses casos (assuntos), porque recebem ordens e subornos e chantagens, para isso, só levantando estas "lebres" quando lhes convém, isso não quer dizer que essas preocupações não nos fiquem no subconsciente (e no consciente também) a atazanor-nos a juízo e a alimentar o nosso descrédito acerca dos políticos e do futuro (e da eficiência das medidas para sairmos disto). Claro que você (e muitos outros) pensa assim porque nós, a maioria, não temos voz nem direito de livre expressão, mas não se iludam...
Já agora, o meu amigo que costuma andar tão bem informado, esclareça-me, se souber:
fui eu que percebi mal ou os vencimentos e pensões, escandalosos, dos chulos, continuam na mesma e as "medidas" moralizadoras, só se aplicam aos novos "recrutas" da política?
Mira Amaral, por exemplo, deixou de receber aquela pensão despudorada? Ou é tudo conversa, como eu penso que é? Isto só começa a "ir lá" com a valoração da abstenção, ou seja quando "eles" tiverem que ter em conta a opinião de todos, sob pena de perderem o tacho...