sexta-feira, novembro 11, 2005

Oposição, precisa-se.

Solidariedade, deve-se.



O debate da proposta de orçamento para 2006 não correu lá muito bem ao PSD.
Revelando claramente não ter feito o “trabalho de casa” que estas coisas devem impor, Marques Mendes foi banal na justificação apresentada para o pré-anunciado voto contra da sua bancada e, convenhamos, não era a melhor altura para revelar tão pouco empenho.
Depois de ter elogiado o orçamento era preciso muito mais para explicar esta reviravolta!


Não pontuou quando falou da Ota e esqueceu o TGV; Sócrates não perdoou!
Não foi capaz de ser consistente na proposta de que as portagens nas SCUT pudessem substituir medidas de aumento de impostos que explicou mal.
Ficou-lhe bem a preocupação com a alteração introduzida nos montantes das deduções específicas no IRS dos reformados com pensões acima dos 535 €, mas deveria ter-se preparado melhor porque afinal se tratava de uma medida já prevista no programa de estabilidade e crescimento.
Marques Mendes gastou as munições de que dispunha escolhendo um falso alvo e o governo acabou por poder mostrar que com tal medida só seriam afectados no rendimento disponível os reformados com pensões superiores a “658 contos”. (Confesso que ainda não entendi muito bem como, mas lá voltaremos!)

Importa porém que esta ausência de oposição não iluda a análise de Sócrates porque convirá que tenha presente que vai aumentando todos os dias o número dos que já não entendem porque é que as tais (tantas!) justíssimas medidas nunca servem para outra coisa que não o aumento da receita do Estado.

Ao fim e ao cabo a despesa desceu, mas apenas em percentagem do PIB e são muitas as notícias que revelam continuar a estragar-se muito milhão que muito jeito faria aos tais 20% que auferem rendimentos de miséria!


2 comentários:

Ricardo disse...

Pindérico,

Eu tenho uma boa opinião do Orçamento - da sua execução já suspeito - e até já escrevi que o PSD foi incongruente nas suas opiniões mas houve algo que não gostei. Do estilo! Os tiques de arrogância do PM fizeram-me lembrar tempos negros da nossa democracia e a juntar ao regresso do percursor deste estilo fico algo apreensivo.

Abraço,

AJB - martelo disse...

ficou pela vulgaridade o MO ( micro ondas); convenço-me de que é, de facto, o "líder" que dá jeito nesta fase... e, quanto, ao Sócrates que se cuide porque a "populaça" está a ficar com os "coiros" muito amassados...