Embora muito boa gente continue a digerir mal a derrota, o que é rigorosamente certo é que 45,05% dos portugueses com direito a voto optaram por votar PS, enquanto que apenas 28,69% votaram na segunda força política. E o mesmo sistema eleitoral que justificou anteriores maiorias, fundamenta agora esta! Estamos pagos.
E não digo isto com nenhum triunfalismo ou arrogância pateta, até por que continuo profundamente convencido de que uma parte significativa dos votos foi manifestamente anti-PSL, e nada mais do que isso.
Mas, da mesma forma que reconheço esse facto, também entendo dever salientar que Sócrates pediu claramente a maioria absoluta, e o povo percebeu bem que lha ia dar.
Ninguém foi iludido, ninguém esperava outra coisa.
Agora, enquanto pacientemente esperamos, José Sócrates andará, por certo, muito atarefado a negociar aquilo a que eu chamaria os “binómios pessoa–estratégia” para atingir os objectivos que, embora muito pela rama, nos anunciou em campanha eleitoral.
O argumento “maioria absoluta” estará por certo a facilitar-lhe a vida, mas será bom que as opções não sejam condicionadas por pressões alheias aos reais interesses dos portugueses.
Com tantas notícias, que nos chegam a toda a hora, das inúmeras nomeações santanistas dos últimos tempos, e recordados como estamos de semelhantes formas “de servir” do reinado de Guterres, os Portugueses estão pouco optimistas... mas ainda “pagam para ver”.
Eu arriscaria dizer que mais do que o anúncio imediato das reformas que não podem tardar, José Sócrates ganharia rapidamente o voto que uns quantos apenas lhe emprestaram, se conseguisse apresentar aos Portugueses uma imagem de grande transparência com um elenco que “transpirasse honestidade por todos os poros”.
Honestidade e Transparência!!! E parece tão simples...